Casal de novela que não se beija, não se abraça e não diz que ama. À primeira vista poderia parecer insosso, mas a discrição é o que funciona para Rodrigo (Carlos Casagrande) e Tiago (Sérgio Abreu), os homossexuais de "Paraíso tropical". Quiseram os autores, Gilberto Braga e Ricardo Linhares, que os namorados evitassem afetação. A idéia, afinal, nunca foi discutir a homossexualidade no horário nobre. Optaram por não mostrar intimidades. E tem dado certo.
- O relacionamento de Rodrigo e Tiago foi escrito e dirigido desta forma para enfatizar a estabilidade e a aceitação do casal em sociedade. Todos os personagens da novela convivem com eles na maior naturalidade, e isso faz o público entender como o preconceito é tolo - diz Casagrande. - O casal quebra mais tabus mostrando estabilidade e aceitação do que mostrando intimidade. Não acho que o beijo seja essencial para a história deles.
" O casal quebra mais tabus mostrando estabilidade e aceitação do que mostrando intimidade "
Já Sérgio conta que ficaria feliz se o tal beijo gay acontecesse. Mas frisa que, se isso não for possível, a história do casal não ficará comprometida.
- Você não pode mudar a cabeça de uma sociedade ou do mundo de uma hora para a outra. A idéia nunca foi que o beijo acontecesse, e isso não empobrece em nada o trabalho. Se formos estudar a história da televisão, quanto tempo um beijo heterossexual demorou para ir ao ar? Muito tempo. E tudo o que é polêmico tem um tempo para acontecer, um processo - diz Sérgio. - Começamos de uma maneira bem light, mas acho que isso foi se transformando ao longo da trama. No início, poderíamos parecer dois amigos que moravam juntos. Os símbolos foram sendo dados para as pessoas aos poucos. E essa era a idéia, que fosse absolutamente natural. Tiago e Rodrigo participaram dos dramas de outros personagens. Os dramas deles foram menores porque eles têm essa característica de uma relação estável.
" A idéia nunca foi que o beijo acontecesse, e isso não empobrece em nada o trabalho "
Assim como Tiago e Rodrigo são bem diferentes na trama das oito - o primeiro é mais relaxado e brincalhão -, os dois atores escolheram maneiras distintas de preparar seus personagens. Casagrande prefere observar o comportamente de seus amigos homossexuais e procura se fiar no texto que recebe dos autores:
- Sempre convivi com pessoas com o perfil do Rodrigo, tenho muitos amigos gays. Isso me deixou mais à vontade para estudar os sentimentos, as atitudes, a postura, o humor e a personalidade do personagem. Não é preciso muito esforço recebendo o texto que eu recebo.
Sérgio quis ir mais fundo. Estudou muito e, em momento algum, caiu na armadilha de se preocupar com o preconceito alheio.
- Fiz uma preparação enriquecedora. Conversei com alguns homossexuais, vi filmes, estudei livros. Camila Amado também me ajudou muito; ela me indicou livros, como o "Androgenia", por exemplo. Tive muita informação, o que me deu uma certa tranqüilidade - conta. - A primeira coisa que eu naturalmente tive que fazer foi não me preocupar com a rejeição. Mas nunca acreditei que fosse ser uma reação violenta, até porque o público já está um pouco mais acostumado.
- O relacionamento de Rodrigo e Tiago foi escrito e dirigido desta forma para enfatizar a estabilidade e a aceitação do casal em sociedade. Todos os personagens da novela convivem com eles na maior naturalidade, e isso faz o público entender como o preconceito é tolo - diz Casagrande. - O casal quebra mais tabus mostrando estabilidade e aceitação do que mostrando intimidade. Não acho que o beijo seja essencial para a história deles.
" O casal quebra mais tabus mostrando estabilidade e aceitação do que mostrando intimidade "
Já Sérgio conta que ficaria feliz se o tal beijo gay acontecesse. Mas frisa que, se isso não for possível, a história do casal não ficará comprometida.
- Você não pode mudar a cabeça de uma sociedade ou do mundo de uma hora para a outra. A idéia nunca foi que o beijo acontecesse, e isso não empobrece em nada o trabalho. Se formos estudar a história da televisão, quanto tempo um beijo heterossexual demorou para ir ao ar? Muito tempo. E tudo o que é polêmico tem um tempo para acontecer, um processo - diz Sérgio. - Começamos de uma maneira bem light, mas acho que isso foi se transformando ao longo da trama. No início, poderíamos parecer dois amigos que moravam juntos. Os símbolos foram sendo dados para as pessoas aos poucos. E essa era a idéia, que fosse absolutamente natural. Tiago e Rodrigo participaram dos dramas de outros personagens. Os dramas deles foram menores porque eles têm essa característica de uma relação estável.
" A idéia nunca foi que o beijo acontecesse, e isso não empobrece em nada o trabalho "
Assim como Tiago e Rodrigo são bem diferentes na trama das oito - o primeiro é mais relaxado e brincalhão -, os dois atores escolheram maneiras distintas de preparar seus personagens. Casagrande prefere observar o comportamente de seus amigos homossexuais e procura se fiar no texto que recebe dos autores:
- Sempre convivi com pessoas com o perfil do Rodrigo, tenho muitos amigos gays. Isso me deixou mais à vontade para estudar os sentimentos, as atitudes, a postura, o humor e a personalidade do personagem. Não é preciso muito esforço recebendo o texto que eu recebo.
Sérgio quis ir mais fundo. Estudou muito e, em momento algum, caiu na armadilha de se preocupar com o preconceito alheio.
- Fiz uma preparação enriquecedora. Conversei com alguns homossexuais, vi filmes, estudei livros. Camila Amado também me ajudou muito; ela me indicou livros, como o "Androgenia", por exemplo. Tive muita informação, o que me deu uma certa tranqüilidade - conta. - A primeira coisa que eu naturalmente tive que fazer foi não me preocupar com a rejeição. Mas nunca acreditei que fosse ser uma reação violenta, até porque o público já está um pouco mais acostumado.
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